Cuidado ao avaliar seu aluno!

A avaliação é um tema polêmico, pois ela tanto pode ser um instrumento de motivação quanto de desmotivação do aluno, um instrumento de reflexão e desenvolvimento ou um instrumento de poder.
Muitos professores utilizam a avaliação sobre certos critérios, critérios estes formados sobre sua própria opinião naquilo que acham certo ou errado, sem considerar o que de fato se apresenta.
Numa prova objetiva, só existe um critério a ser considerado, ou está certo, ou está errado. Conta-se a pontuação e obtem-se a nota do aluno. Um aluno pode tirar um 8 ou até mesmo10 sem nem ter estudado, só chutando(é difícil, mas pode acontecer), ou da mesma forma ter uma má sorte e tirar um 0 ou um 3. O aluno que estudou, sabe a matéria, entendeu critícamente os conteúdos provavelmente vai tirar 10 de qualquer forma numa prova objetiva. Ele conhece e sabe seu potencial, nisso há uma vantagem.
Quando falamos de uma avaliação discursiva, na qual os critérios são subjetivos, ai a coisa muda de figura, pois um aluno que estudou a matéria, sabe o conteúdo e entendeu toda a dinâmica da mesma, pode ser prejudicado pelo critério subjetivo adotado pelo professor. Esse aluno, que sabe o seu potencial, dá o melhor de si nos trabalhos e considera criticamente sua atuação, pode se sentir surpreso e até mesmo desmotivado ao receber um "7" quando acreditaria que receberia um 9,5 ou um 10.
Como tudo na vida remete a questão do olhar, do ponto de vista de quem olha, a avaliação subjetiva pode ser além de um instrumento de poder, uma questão pessoal, na qual o professor coloca seus anseios e seu estado de espírito. Há professores que nunca darão um dez a um determinado aluno, mesmo sabendo que ele alcançou os objetivos e desempenhou satisfatóriamente tudo que lhe foi pedido, e ai reside a questão do poder.
Pro aluno que não estuda, não tem jeito, a nota sempre vai ser aquele meio termo, 6, 4...
Esse aluno tem pavor das provas discursivas, pois tem que expor suas idéias, e acaba caindo no "enroleichon" mas não consegue ir muito longe.
A questão da avaliação é muito extensa, não tenho aqui a intenção de me estender muito, nesse momento, sobre o assunto, mas produzir uma reflexão.
Avaliar é uma questão simples e ao mesmo tempo complexa.
Quando eu vou comprar uma roupa nova ou fazer prestações de uma compra qualquer, eu avalio primeiro se o meu dinheiro será suficiente para quitar as despesas, isto é simples. Mas se eu tenho que avaliar alguém, fazendo um julgamento sobre esta pessoa ou seu desempenho em determinada atividade, isto é complexo, demanda muita atenção e, se você não tiver a intenção de prejudicar seu aluno, tanto concretamente no somatório da nota final (na aprovação ou reprovação) quanto psicologicamente no julgamento subjetivo,  provocando desmotivação no desempenho futuro dessa pessoa, cuidado com os critérios que você adota.
Com certeza, o professor também é avaliado pelo aluno, seus atrasos, os furos que dá em compromissos previamente marcados, o modo como se direciona a turma, suas alterações de humor etc. A diferença é que não é uma avaliação formal, e não gera uma nota para o professor que comprometa o seu desempenho e fique registrada eternamente em seu histórico.
Quando você avalia, de uma certa forma está se avaliando também, pois seu aluno é também produto da sua prática, por isso, cuidado ao avaliar seu aluno!

Flávia

*Se copiar cite a autoria. Obrigada!

5 comentários:

Celma Brum 26 de abril de 2011 às 14:22  

Parabéns Flávia! muito bom o texto. Infelizmente no mundo atual, com tantos avanços ainda existem professores que se encontram no tempo da "palmatória" e confundem avaliar com massacrar, se alegram das derrotas dos alunos como se isso fosse diploma de capacidade, esquecem que seu sucesso como professor deveria ser medido pela aprendizagem da turma. Se não ele deixa de ser necessário!!!!!

Unknown 30 de abril de 2011 às 10:10  

A questão da avaliação é realmente um ponto bastante complicado na educação. Eu fico quebrando a cabeça mil vezes antes de elaborar quais e como serão os critérios adotados para avaliar meus alunos, por mais que tento ser impessoal e imparcial, acho invitável a subjetividade do avaliador não interferir minimamente.
É bem interessante que os alunos possam avaliar o professor.
Gostei muito do seu blog!
Abraços
Marina
http://marinavianna.blogspot.com/

Erica Bosi 28 de dezembro de 2012 às 18:51  

Vi uma postagem sua que se referia a estudantes de Pedagogia do Cederj e logo me identifiquei pois já estudei no pólo de Volta Redonda. Você também estuda no Cderj? Em que Pólo?

http://www.educasempre.com/

Leandro Nepomuceno 3 de janeiro de 2013 às 12:27  

Ainda insistimos em julgar o elefante por não escalar árvores, o macaco por não usar corretamente a tromba, o gato por não latir, o cachorro por não miar, o peixe por não escalar montanhas. O maior problema da educação é que ainda acreditam que todos devem ser avaliados da mesma forma. Não querem problemáticas, mas soluções, sejam elas quais forem, certas ou erradas, éticas ou não. Lanço algumas perguntas: fora as pessoas que se dedicaram à matemática, quando foi a última vez que você usou o teorema de Pitágoras ou calculou uma raiz cúbica? Quando foi que você, que não é da linguística ou da gramática, verificou se a frase é uma oração subordinada substantiva completiva nominal? A escola está errando... os pedagogos estão errando, os professores estão errando e, na ponta da lança, querem que o aluno simplesmente acerte. Ainda existe uma lacuna no processo de ensino aprendizagem. Essa lacuna torna-se um precipício de frustrações para quem ensina e, principalmente, para quem quer aprender algo. Educação não se faz com planos "B". Educação se faz com a certeza de que nem todos são iguais; nem todos aprendem da mesma forma; nem todos podem obter um conhecimento enciclopédico. Chega de fazer de conta que se ensina... chega de fazer de conta que se aprende... a responsabilidade é de todos. Professores, pedagogos, administradores, preparem-se melhor, conheçam a realidade dos seus discentes. Só assim, saberão criar critérios de avaliação que sejam mais justos e humanos, porém que garantam um nível aceitável de aprendizagem.

Prof. Leandro Nepomuceno

maria luíza dos santos barbosa 14 de julho de 2013 às 12:44  

Amiga gostei, eu queria que todos os professores entendesse que ao avaliar o educando estamos nos auto avaliando,como por ex:se o educando desenvolver as atividades é sinal que o seu conteúdo foi bem transmitido então você esta de parabéns. mas não é isso que acontece temos alguns colegas que não valorizam seus próprios alunos.

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