A avaliação é um tema polêmico, pois ela tanto pode ser um instrumento de motivação quanto de desmotivação do aluno, um instrumento de reflexão e desenvolvimento ou um instrumento de poder.
Muitos professores utilizam a avaliação sobre certos critérios, critérios estes formados sobre sua própria opinião naquilo que acham certo ou errado, sem considerar o que de fato se apresenta.
Numa prova objetiva, só existe um critério a ser considerado, ou está certo, ou está errado. Conta-se a pontuação e obtem-se a nota do aluno. Um aluno pode tirar um 8 ou até mesmo10 sem nem ter estudado, só chutando(é difícil, mas pode acontecer), ou da mesma forma ter uma má sorte e tirar um 0 ou um 3. O aluno que estudou, sabe a matéria, entendeu critícamente os conteúdos provavelmente vai tirar 10 de qualquer forma numa prova objetiva. Ele conhece e sabe seu potencial, nisso há uma vantagem.
Quando falamos de uma avaliação discursiva, na qual os critérios são subjetivos, ai a coisa muda de figura, pois um aluno que estudou a matéria, sabe o conteúdo e entendeu toda a dinâmica da mesma, pode ser prejudicado pelo critério subjetivo adotado pelo professor. Esse aluno, que sabe o seu potencial, dá o melhor de si nos trabalhos e considera criticamente sua atuação, pode se sentir surpreso e até mesmo desmotivado ao receber um "7" quando acreditaria que receberia um 9,5 ou um 10.
Como tudo na vida remete a questão do olhar, do ponto de vista de quem olha, a avaliação subjetiva pode ser além de um instrumento de poder, uma questão pessoal, na qual o professor coloca seus anseios e seu estado de espírito. Há professores que nunca darão um dez a um determinado aluno, mesmo sabendo que ele alcançou os objetivos e desempenhou satisfatóriamente tudo que lhe foi pedido, e ai reside a questão do poder.
Pro aluno que não estuda, não tem jeito, a nota sempre vai ser aquele meio termo, 6, 4...
Esse aluno tem pavor das provas discursivas, pois tem que expor suas idéias, e acaba caindo no "enroleichon" mas não consegue ir muito longe.
A questão da avaliação é muito extensa, não tenho aqui a intenção de me estender muito, nesse momento, sobre o assunto, mas produzir uma reflexão.
Avaliar é uma questão simples e ao mesmo tempo complexa.
Quando eu vou comprar uma roupa nova ou fazer prestações de uma compra qualquer, eu avalio primeiro se o meu dinheiro será suficiente para quitar as despesas, isto é simples. Mas se eu tenho que avaliar alguém, fazendo um julgamento sobre esta pessoa ou seu desempenho em determinada atividade, isto é complexo, demanda muita atenção e, se você não tiver a intenção de prejudicar seu aluno, tanto concretamente no somatório da nota final (na aprovação ou reprovação) quanto psicologicamente no julgamento subjetivo, provocando desmotivação no desempenho futuro dessa pessoa, cuidado com os critérios que você adota.
Com certeza, o professor também é avaliado pelo aluno, seus atrasos, os furos que dá em compromissos previamente marcados, o modo como se direciona a turma, suas alterações de humor etc. A diferença é que não é uma avaliação formal, e não gera uma nota para o professor que comprometa o seu desempenho e fique registrada eternamente em seu histórico.
Quando você avalia, de uma certa forma está se avaliando também, pois seu aluno é também produto da sua prática, por isso, cuidado ao avaliar seu aluno!
Flávia
*Se copiar cite a autoria. Obrigada!